domingo, 22 de junho de 2008


Inverno começa mais frio e chuvoso

Profissões de alto risco

 

Jolivaldo Freitas

 

 

Secretário de Comunicação da Prefeitura de Salvador, Rei Momo magro, jornalista, bombeiro, mergulhador e alpinista estão, hoje, na escala das piores profissões que qualquer um possa almejar. Explico melhor: no ano passado, se não li errado, morreram em todo mundo mais de 100 jornalistas no Iraque, na África Austral, na China, na América Central e lá no escambau e também na casa da zorra. Já que o Ibama, Ongs e ONU protegem os animais selvagens, os caçadores decidiram abrir temporada de caça contra os jornalistas, estes seres que mordem no calcanhar e, portanto, transmitem cólera e raiva, mas que são miras fáceis.

    Bombeiros, pelo que vi no filme "11 de Setembro", são todos heróis prontos para dar a vida pelo outro e mais aqueles outros que nunca viram, sequer falaram ou mesmo que – ninguém sabe - já se estranharam alguma vez, fosse por mulher, gude ou no trânsito. Bombeiro faz o bem sem olhar a quem e vez em quando um se estropia. No caso Nova Iorque X Bin Laden os bombeiros se lascaram todo.

   Mergulhadores todos sabem. As grandes empresas que exploram petróleo em águas profundas pagavam tanto dinheiro para as viúvas que decidiram acabar com a vaga (sem trocadilho) e passaram a direcionar a verba para pesquisa de equipamentos robóticos que hoje fazem a mesma função. De tanto morrer mergulhador a função ficou extinta (desculpe o humor sem graça – antigamente se dizia humor negro, mas não sou eu quem vai brigar com os afro-descendentes, que antigamente na Bahia eram chamados de negros...ah! Esqueça e voltemos ao assunto).

   Alpinista, excetuando-se aqueles alpinistas sociais que tanto aborrecem colunistas do porte de Janete Freitas, July, Gilka Maria, Therezinha Muricy, Valdemir Santana, Lena Lebram e Regina Coely, estão sob risco constante, ainda mais quando teimam em subir o velho Everest sem máscara de oxigênio e sem planejamento, apenas no muque e no machismo em busca da fama e de vencer desafios.

   Mas, as piores profissões são as que vêm a seguir. Primeiro ser Rei Momo magro. Primeiro que já é preconceito dos gordos contra os destituídos de imensa massa corpórea, pneuzinhos, pressão alta, apetite voraz, celulite, estrias, colesterol alto, diabetes, inchaço nas pernas, erisipela, queixada dupla e a simpatia que todo gordo irradia. Segundo, que é uma perseguição só, dos garotos e garotas do Ministério Público que estão loucos para mostrar serviço e ainda deslumbrados com o poder que têm nas na ponta da caneta e no teclado do PC e com a na anuência dos vetustos juízes do TJ. Os gordos possuem uma associação de "classe". O pobre do Clarindo Silva, rei defenestrado, não tem apoio dos magros. Está froidido e, pior, mal pago.

    Já ser secretário de Comunicação da Prefeitura é do mais alto risco dentro das medições feitas extra-oficialmente pela OITP – Organização Internacional do Trabalho Público, órgão que absolutamente não existe. O convidado deixa tudo para trás, confia nos políticos (o que já demonstra ser uma pessoa boa e isenta de maldades), assume, começa a trabalhar e alguns meses depois, é excomungado, exorcizado e imolado. Ninguém sabe o porquê. O certo é que meia dúzia de secretários já foi deletada. Dizem tratar-se de uma seção de exorcismo evangelizador. Uma tal de guerra santa às avessas. Cada secretário que não lê na bíblia "certa" é levado para as barras da Santa Inquisição. "Porém se move", como diria Galileu. E eu digo que Deus me livre!

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