domingo, 10 de agosto de 2008


OPINIÃO

A Barra

 

Reinhard

 

Outro dia comparei as obras na Barra com a reconstrução da Áustria após a segunda guerra mundial... o tal "Wiederaufbau" no início dos anos 50 do século passado...puxando uma analogia dos escombros de minha cidade natal tanto para obras do passeio na orla da Barra que garantirão uma caminhada segura sobre um piso lisinho igual ao de um shopping center,

quanto à cobertura do esgoto da Av.Centenário e a colocação dos tubos lenticulares ARMCO entre a Rua Airosa Galvão e o mar, garantindo uma vazão adequada para evitar de vez os alagamentos naquela área.

 

Não há nada melhor para a elevação da auto-estima de um povo do que ver o movimento de operários, caminhões, caçambas e outras máquinas pesadas cuidando do bem comum!

 

Confesso que numa certa altura da obra fiquei receoso diante dos montes de terra e máquinas encobrindo a vista linda da Baía de Todos os Santos, chegando a confundir-me com a localização do monumento de Stefan Zweig... achando que o mesmo tinha sido removido... :-[

 

Em contato constante com a diretoria da AMABARRA fiquei sabendo que serão plantados 34 oitizeiros entre o Largo do Porto da Barra e o Farol da Barra, além de 17 coqueiros entre o Farol da Barra e o Centro Espanhol... além de 2 coqueiros para o Forte Santa Maria.

 

Para os que preferiam a manutenção das pedras portuguesas... basta atravessar a rua para matar a saudade dos buracos e das crateras bocejando a cada 7 a 11 passos... sem falar das pedras portuguesas dos passeios nas ruas transversais e praças.

 

Aliás... não bastam as obras, que pessoalmente acho corajosas, para que a Barra volte a ser o que já foi e o que poderia ser: um lugar ainda mais belo do que St. Tropez... para invocar um dos lugares citados nos argumentos dos que lutaram pela manutenção das pedras portuguesas.

 

Digo e afirmo que o governo municipal pode recapear a orla da Barra até Ondina de ouro, cravejado de brilhantes, rubis e esmeraldas... se não cuidar da ordem do bairro mais charmoso da cidade, não haverá obra que dê jeito!

 

Se a prefeitura não coibir a baderna, os carros com porta-malas abertos com som nas alturas, mesas e cadeiras de bares em locais impróprios... se não colocar cestas de lixo nas ruas transversais e nas praças, multando quem joga lixo no chão, como é costume em outros sítios... como em St.Tropez por exemplo... :-P        toda obra será em vão... e o dinheiro do contribuinte jogado fora!

Falta criticar aqueles sanitários químicos parecendo cela solitária de uma prisão de idade média, colocados em pontos estratégicos e que ninguém usa... urinando na rua mesmo e diante do nariz de quem é pago para fiscalizar, mas nada faz para evitar este espetáculo triste.

Talvez sobre dinheiro da obra para construir e manter uns sanitários públicos decentes e usáveis, com um empregado tomando conta 24 horas por dia, sete dias por semana... como é costume em St. Tropez... 8-)

 

Por falar em sanitário público... Em novembro de 1944 uma bomba aliada acertou o único sanitário público da cidadezinha industrial chamada Kapfenberg, juntamente com a casa do Schäfer, a loja de um verdureiro, abrindo uma cratera enorme e espalhando num raio de uns 200metros pepinos, abóboras, alfaçes, cacos de louça sanitária, tijolos, azulejos e um imenso monte de cocô...

Imagino que a prefeitura de Kapfenberg tenha começado por aí com a reconstrução, com o "Wiederaufbau"!

 

Ao ler a palavra "cocô", alguém talvez se lembre da fortuna gasta com o projeto Baía Azul ... O nosso nariz volta e meia nos lembra disso ao passarmos por lugares como a Rua do Canal no Rio Vermelho, a Av. Lucaia, O Costa Azul etc. Mas isto já é outro assunto...

 

O próximo passo será banir o carnaval e os shows da Barra!

Confesso que eu gostaria que os eco-shiitas um tanto anacrônicos que tanto brigam pelas pedras portuguesas defendam a Barra contra os favelões dos camarotes e a grama em torno do Farol da Barra contra o monta-e-desmonta dos palcos...

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