sexta-feira, 8 de agosto de 2008


Opinião

Questiono as obras realizadas sem critério em Salvador

 

*Vereador Décio Sant'Anna (PSDB)

 

"Tenho sido intransigente defensor da realização de obras de melhorias em Salvador e já apresentei na Câmara dezenas de projetos favorecendo diversos bairros. Manifesto, porém, contrariedade em relação às obras realizadas apressadamente pela prefeitura, sem avaliação mais profunda dos impactos que causam no meio ambiente e na vida da população em geral. Estou bastante preocupado, não com a realização das obras que nossos bairros tanto necessitam, mas da forma como estão sendo realizadas. Nossa cidade está carente de obras de infra-estrutura e necessita, com urgência, instalação de redes de esgoto, abertura de novas vias para desafogar o tráfego, instalação de mais postos de saúde e mais atenção aos prédios seculares que estão em ruínas.

 

Olhando por este ângulo, devemos comemorar o que está sendo feito. Mas é preciso que observemos as leis ambientais em vigor, verificar se os códigos de obras são ou não respeitados e se estão dentro dos parâmetros legais para que não aconteçam embargos.

 

Por estes dias, a imprensa tem noticiado que diversas obras sofrem paralisações, a maior parte delas através de medidas judiciais. E o poder público municipal é obrigado, ainda, a retirar suas placas em obras realizadas com recursos do governo federal, pois sua colocação indicava interesses eleitoreiros, nada mais do que isso.

 

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador (PDDU), aprovado açodadamente, sofre embargos. Isso ocorre em função de ter sido votado e aprovado apressadamente para que fossem liberados para o empresariado novos gabaritos de construção, sem a devida observância às leis ambientais.

 

Também quero chamar a atenção de todos para as obras realizadas no bairro da Barra, que tem sofrido com ações que descaracterizam a região. Por exemplo: com freqüência acontecem a destruição de passeios coloniais e a derrubada de árvores. Sei da necessidade de obras na Barra, mas, não posso concordar com o corte indiscriminado de árvores sem que se exija o replantio. Podemos classificar como um crime a forma como o corte de árvores é processado. Assim, sugiro que sejam realizadas pesquisas com os moradores da Barra sempre que uma nova obra for cogitada. E assim deve ser em toda cidade: a população deve ser consultada toda vez que os órgão públicos decidam realizar obras de interesse geral e que impactem nas comunidades e em seu entorno".

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* 3º Secretário da Câmara Municipal de Salvador

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