domingo, 13 de julho de 2008


ESPAÇO POESIA

O AMOR NÃO É CEGO

  

 

Ernane Gusmão

 

 

Se fosse cego,o amor não encontrava

O ponto certo pra se atracar.

Era perdido pelo mundo,andava

Como Tirésias – só adivinhar!.

 

A triste sina que o acompanhava-

Abria as narinas a cheirar,

Corria longos dedos a palpar,

E sem  nunca saber a quem amava.

 

A cegueira do amor é d'outra arte,

Ama aqui, ama ali, e logo parte

Em busca de outra terra,outro rincão.

 

É como um beija-flor que voa e suga,

Vai e retorna,controlando a fuga

E sabe onde está seu coração.

 

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